Dos palcos para visual novel

Fala galera! Aqui é o Leonardo Cássio, que assina junto com a Julia Stateri o roteiro do game Pequenos Nativoz. No post “Por Que Falar Sobre Folclore em Games?”, a Julia falou um pouco sobre a temática do jogo e que ele deriva de uma peça teatral infantojuvenil chamada Sonho de Herói, de minha autoria. Pois é! Uma peça de teatro pode virar uma visual novel, na verdade pode virar qualquer tipo de jogo. Me deixa contar um pouco sobre esse processo.

A sinopse resumida da peça é a seguinte: Após ir ao cinema, Cauã mostra todo seu encantamento com as personagens corajosas e destemidas do filme que acabara de assistir. Em seu quarto, um pouco antes de dormir, ele revela o sonho de conhecer algum super-herói e, então, é acordado pelo Curupira.

Cauã descobre que o Curupira, a Caipora, a Alamoa e a Matinta Pereira combatem sérios problemas sociais e que possuem poderes, sendo figuras tão incríveis quanto as do filme. O que Cauã não sabe mais é se aquilo tudo é um sonho ou não.

Foto com cinco atores caracterizados como Cauã, Curupira, Alamoa, Matinta e Caipora.
Foto com os atores da peça Sonho de Herói – Imagem de Divulgação

Bom, um texto de teatro é basicamente composto por diálogos, com poucas descrições de cenas ou sentimentos das personagens, o contrário do que um roteiro de game, especialmente uma visual novel, é. A estrutura é mais parecida com a de um filme, com detalhamento dos cenários, fisionomia das personagens, indicação de sons e, claro, os diálogos. Aí você se pergunta: qual o motivo de quererem adaptar uma peça de teatro para um game?

Em 2020 abriu um edital no estado de São Paulo para que empresas apresentassem projetos para criação de games. Como a Julia sabia sobre meu interesse pelo folclore e que eu já tinha um texto sobre o tema, ela sugeriu fazer um projeto baseado na peça Sonho de Herói. Ela estruturou o projeto técnico de game e eu o projeto dentro dos parâmetros do edital. Fomos contemplados!

Quando eu fui começar a escrever o roteiro e percebi que não tinha muita ideia do que fazer. O jogo parte de um prólogo e depois se desdobra em 3 rotas, 3 caminhos possíveis para o jogador escolher. As rotas possuem as mesmas personagens, só que a ordem em que aparecem e os dilemas/desafios são diferentes. Para “enxergar” a estrutura do roteiro, a Julia desenhou (literalmente) as rotas, os conflitos das personagens em cada um dos caminhos e os possíveis finais.

Dentro deste esquema, elaborei o prólogo e duas rotas, ficando a terceira rota com a Julia, que também fez parte da revisão (que contou com a colaboração do Kiko Rieser, escritor, dramaturgo, e revisor da peça Sonho de Herói). Foi um processo muito interessante de aprendizado e passei praticamente por uma mentoria de roteiro de game com a Julia.

E o resultado? Logo você poderá conferir e contar para nós o que achou! Por enquanto, baixe a demo e vá imergindo no universo dos Pequenos Nativoz!

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