Há duas semanas, mais ou menos, a Giovanna Breve – jornalista e uma das responsáveis pelo É Pau, É Play (o spin-off de games e do universo nerd do podcast É Pau, É Pedra) – entrou em contato comigo, querendo levar ao ar um episódio falando sobre o uso do teste de Bechdel em videogames.

Ela comandou um episódio muito legal, com a participação da Jéssica Pinheiro, jornalista de games do New Game Plus e do Canal Tech e da Thaís Stagni, Community manager da IGN Brasil.

A conversa toda você consegue conferir aqui!

Para quem não conhece, o teste de Bechdel foi criado originalmente para analisar filmes e seu surgimento foi inspirado pela cartunista norte-americana Alison Bechdel, quem trouxe o questionamento numa edição de seus quadrinhos Dykes To Watch Out For, em 1985.

O teste se baseia em três critérios:

  1. Há duas mulheres no filme.
  2. Que falam uma com a outra.
  3. Sobre algo além de um homem.

Parece simples, mas muitos filmes não conseguem passar nesses três requisitos.

Mas e nos jogos de videogame, como isso funciona?

Laura Kate Dale, que é jornalista de games e produz conteúdos principalmente focados no Nintendo Switch, escreveu um artigo muito interessante que, por sua vez, se baseia na proposta de um blog chamado Bechdel Gamer. Ela propõe que a simplicidade do teste seja mantida, mas que adicionemos um quarto critério ao teste. Vejamos como fica.

O Bechdel Gamer propõe a seguinte adaptação:

  1. Há pelo menos duas personagens femininas codificadas, as quais podem ser jogáveis ou NPCs (non-playable characters) significativas.
  2. Que tenham ao menos uma instância de comutação (uma conversa) uma com a outra.
  3. Sobre algo que não seja um personagem masculino.

Laura Kate Dale adiciona:

4 ) Uma cena que corresponda a esses critérios é uma parte inevitável do jogo. É impossível terminar o jogo sem presenciar a cena que passa pelo teste, independentemente das suas escolhas como jogador(a).

Quer entender melhor a importância e a aplicação do teste de Bechdel nos videogames? Ouça o episódio 6 do É Pau, É Play aqui!

 

Leituras recomendadas pra quem se interessa pelo assunto:

  • From Barbie to Mortal Kombat: Gender and Computer Games, editado por Henry Jenkins e Justine Cassel
  • Beyond Barbie and Mortal Kombat: New Perspectives on Gender and Gaming, editado por Jill Denner, Jennifer Y. Sun, Yasmin Kafai e Carrie Heeter.

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